sexta-feira, novembro 30, 2007

Nintendo DS - Um ano depois

Após um ano com um Nintendo DS o balanço é bom. Tenho me divertido muito com Super Mario 64 Ds (que nunca tinha jogado pois não participei da geração do N64), Zelda Phantom Hourglass e Castlevania Portrait of Ruin.

Sempre acreditei que fosse um gamer mais "hardcore" porque gosto de jogos como Civilization, Call of Duty e Starcraft mas o fato é que não tenho jogado mais a quantidade de horas que costumava jogar. É raro eu perder mais de 2 horas em um jogo e não raramente passo dias, as vezes semanas, sem jogar nada.

O DS se encaixou perfeitamente nesse novo perfil de gamer, algo entre "hardcore" e "casual" (está em moda falar casual gamer), porque me permite jogar em situações em que geralmente eu ficaria entediado ou realmente não fazendo nada. Como dias chuvosos em uma casa na praia.

Ele também foi responsável por um revisão de conceitos com relação a o que é um bom game. Bem, descobri que pelo menos para mim um bom game é aquele que me diverte. Fazia tempo que não me divertia tanto quanto estou me divertindo com o novo Zelda e outros jogos que visuamente não se comparam com jogos que eu venero como Half Life. Riquesa de detalhes e tecnologia de ponta me agradam, certamente, mas devo confessar que a simplicidade e eficiência do NDS me impressionam.

O que me deixa realmente pensando se os games para PC não são excessivamente grandes e pesados. Parece que como o PC é uma configuração aberta e heterogenea os desenvolvedores não se empenham em utilizar o máximo que o hardware pode oferecer deixando de otimizar exaustivamente seus jogos para retirar o máximo possível do hardware. Ficando para nos a responsabilidade de trocar de hardware periodicamente.

Um bom presente de natal para velhos gamers da época do NES e SNES que querem jogar bons jogos, ou para os filhos pequenos desses gamers. Os jogos são caros e estão na faixa de R$120 no Mercado Livre e R$150 em lojas tradicionais. Existe a possibilidade de usar flash cards é verdade. Mas jogos bons deveriam ser prestigiados e comprados para recompensar os desenvolvedores. Enfim, tente encontrar um e dar uma testada, vale a pena. Mas cuidado que ele pode conquistar você.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Uma boa matéria sobre pais e videogames.

Raramente encontramos boas matérias sobre pais, filhos, videogames e pesquisas. Apesar de estar influenciada pelo feonomeno Wii esta matéria mostra, do ponto de vista de um pai que não foi da geração Atari, NES ou SNES, como eles estão encarando a atual geração de games. Parabêns a autora que mostrou de forma mais ou menos imparcial sua reação a essas novas tecnologias.

Mas a matéria não é totalmente perfeita porque insiste na questão dos jogos violentos estarem sendo traduzidos em ações violentas pelos jogadores (eu deveria ser um psicopata porque adorava revolvers de brinquedo, Comandos em Ação e jogava Super Contra no meu antigo Phantom System :)

Não que eu não concorde que jogos como GTA são nocivos a crianças e na minha opinião ele não deveriam ser jogados por alguém com menos de 15 anos. Afinal jogar com um bandido, roubar carros e assassinar pessoas não me agrada, mas gosto é gosto. Pena que existem filmes mais polemicos e violentos que GTA que não atraem essa stigma a indústria do cinema.

Mas vale a pena ler e conferir, gostei muito. Super indicado para pais de primeira viagem que não são ou não foram gamers.

terça-feira, novembro 27, 2007

Tutorial MP3 - Parte 1:

O que é um arquivo MP3:

É um formato de compactação de música que utiliza modelos psyco-acústicos (psycoacustic models, veja fontes abaixo) para descartar sons que não são percebidos pela audição humana e compactar os dados restantes de uma maneira eficiente. Por descartar informações que não conseguimos ouvir ele é chamado de formato de "lossy" e pode ser comparado ao formato de imagens JPG que utiliza uma técnica semelhante para compactar imagens descartando informação de cor que teoricamente não influi, ou influi muito pouco, na imagem total. O arquivo é composto por uma série de pares de cabeçalho e dados (header/data) chamado frame que juntos formam o arquivo completo.

Existem 3 modos de codificação em MP3:

CBR - Constant Bit Rate - Taxa de Bits Constante:

É a forma mais comum de codificação mp3 que encontramos por ai. Explicando de forma grosseira essa maneira de codificação utiliza uma taxa constante de KBits por segundo de som. Por exemplo 128K significa que cada 1 segundo de música contém 128k de dados compactados. Em uma música CBR todos os frames são codificados com o mesmo bit rate. As vantagens desse modo de codificação são: Tamanho do arquivo final previsível (ex: 128k X duração da música) e compatibilidade com qualquer player do planeta.

ABR - Average Bit Rate - Taxa de Bits Média:

É uma forma mais inteligente de codificação que utiliza um algoritmo que decide se aquele frame da música pode ser codificado abaixo ou acima do Bit Rate médio definido por você. Em termos práticos você estaria melhorando a qualidade de alguns frames em detrimento de outros de acordo com as decisões do algoritmo. Por exemplo: digamos que eu codifique um arquivo em ABR 128k, em frames que o algoritmo decidir que o som a ser guardado é simples como silêncio, um instrumento, voz ele pode abaixar o bit rate daquele frame para 96k. Em compensação em trechos que contenham muitos instrumentos, sons complexos, etc ele pode usar um frame rate maior como 160k ou 192k. As vantagens desse modelo são a maior qualidade comparada com o VBR e tamanho do arquivo previsível. A desvantagens são que alguns players antigos podem não aceita-lo (mesmo o padrão estando em vigor a mais de 10 anos) e o limite imposto ao tamanho do arquivo que pode prejudicar alguns frames que precisam de mais bits (ex: 256k) para que o tamanho médio do arquivo seja respeitado.

VBR - Variable Bit Rate - Taxa de Bits Variável:

Como no ABR o algoritmo VBR escolhe qual o melhor bit rate para cada frame da música mas não tem obrigação de manter um bitrate médio, dessa forma deixando imprevisível qual será o tamanho final do arquivo MP3, mas mantendo a qualidade constante. Quando digo qualidade constante estou me referindo que em vez de você dizer qual o bit rate (ex: 128K) você diz qual qualidade que você quer atingir. Dessa forma temos a melhor qualidade possível no som durante toda a faixa sem precisar codificar a mesma no maior valor possível do formato MP3 que é 320K. Em trechos menos complexos os frames serão por exemplo 128k e 160k e em trecho muito complexos 256k e 320k. A grande vantagem desse modelo é a qualidade constante em toda a música. A desvantagem é que o tamanho final do arquivo é imprevisível até o termino do processo de codificação. Outras desvantagens são a compatibilidade com players antigos (todos que eu testei até agora funcionam perfeitamente) e a qualidade do algoritmo utilizado para a classificação dos frames.

Conclusões:

Sempre que possível utilize VBR para codificar seus CDs de música se vc quiser qualidade em detrimento de tamanho fixo. De acordo com o pessoal do forum HydrogenAudio é a forma mais confiável de você não perder qualidade e manter um tamanho de arquivo aceitável. Todo os meus 150+ CDs estão em VBR 128k-320k e funcionando no CD do carro, mp3 player, DVD e computador.

O ABR é uma boa pedida para manter os arquivos do mesmo tamanho que o CBR mas com uma qualidade maior. A qualidade da música obedece a seguinte regra: 128kCBR<128kABR. É o modo que eu recomendo para players portateis que tem pouco espaço, como o meu de 2Gb.

Utilize CBR caso você desconfie da qualidade do equipamento que você irá utilizar para reproduzir o arquivo, apenas por questões de compatibilidade.

Na próxima parte deste tutorial vamos nos aprofundar no formato VBR e ver como ficam os frames de uma música codificada em CBR, ABR e VBR. Até lá.

Fontes:

http://wiki.hydrogenaudio.org/index.php?title=Main_Page
http://en.wikipedia.org/wiki/Psychoacoustic
http://en.wikipedia.org/wiki/MP3
http://en.wikipedia.org/wiki/Variable_bitrate

Novos rumos para o lost+found

Depois de muitos meses em que não estava ligando muito para o lost+found resolvi retomar as atividades online. Explico: primeiro porque acho que o lost+found pode ser uma ótima fonte de informação sobre tecnologia "básica", digo, hardware e software em geral mas com um enfoque mais essencial e sem o monte de abrobrinhas e falsas informações que lemos em muitas publicações de respeito.

Esperem mais informações e mais conteúdo sendo colocado semanalmente sobre os assuntos que me interessam na área de tecnologia. Algumas coisas que vocês vão poder acompanhar além de games serão: programação, hardware, freewares e equipamento eletrônico em geral. Pode até pintar um review de jogo de Nintendo DS ou quem sabe de Wii (caso eu me decida e compre o meu :) .

É isso ai, fiquem ligados nos novos post.